quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O mais novo super-herói brasileiro.



Acompanhando o que há de mais atual na mídia no Brasil é impossível deixar de relatar o surgimento do mais novo super-herói brasileiro. Ele como os super-heróis da “Marvel Comics”, usa uma capa preta, mas ao contrário destes não possui musculatura avantajada, a não ser quando flexiona os longos braços da lei. E ao contrário dos super-heróis sofre de horríveis dores na coluna quando fica muito tempo sentado o que o obrigam a ler longos pareceres muitas vezes de pé, posição em que as dores são mais suportáveis.

O homem, Ministro Joaquim Barbosa, de origem humilde e que segundo relato da mídia, amealhou todo esse poder sem dever favor a ninguém, ou seja, todo esse poder foi lhe dado, não pelo brilho verde da “kryptonita”, mas pelo lado limpo e bom da política brasileira, que viu nele uma pessoa dos mais altos princípios morais e éticos para ocupar um posto que muitas vezes decide, em instância final, sobre questões que afetarão diretamente a vida de todos os brasileiros.

Este, como alguns de nossos super-heróis, não deu a vida por uma causa, mas sim se baseia em sua consciência e no melhor de nossa legislação para separar o joio do trigo nos julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF). Homem corajoso que enfrenta os poderosos com retórica impecável e uma cultura esculpida com muito esforço e dedicação de quem teve uma infância humilde.

Aos 14 anos o ministro estudava no Colégio Estadual Antônio Carlos, na cidade de Paracatu, no noroeste de Minas Gerais, e não muito distante da capital federal. Onde agora dá lições a todos nós de patriotismo, seriedade e senso de justiça para com o bem público. Pois quando se pratica a corrupção, deixa-se de construir estradas, hospitais, escolas, diminuem os recursos para a segurança pública, e etc... Enfim perdemos todos nós que pagamos impostos religiosamente em dia.

Em respeito ao cidadão de bem, Sr. Ministro Joaquim Barbosa, o senhor é meu herói, em sua dificuldade de caminhar, nas dores que sente. Estas dores Sr. Ministro, todos nós gostaríamos de dividi-las com o Sr., para que não as sentisse e ocupasse também além da cadeira no STF a presidência do TSE, que o Sr. teve que recusar pelos ditos incontornáveis problemas de saúde e o árduo trabalho no tribunal. Expresso aqui minha admiração pela sua postura e sei que esta admiração eu divido com milhares, senão milhões de brasileiros. É para muitos políticos, não todos, muito difícil não ceder ao canto da sereia quando há tanto dinheiro e poder ao alcance da mão.

Mas pode ter certeza que o Sr. já ocupa lugar de destaque entre os grande brasileiros deste século XXI, pois está fazendo o que todos os jovens têm o sonho de fazer, mudar o curso da história, e em seus sonhos utópicos de adolescente, mudar o mundo. Como em “Super Homem a canção” de Gilberto Gil: “- Quem sabe Super-Homem venha nos restituir a glória, - Mudando como um Deus o curso da história....”.

Falo em nome dos jovens com quem tenho contato todos os dias. O Sr. passa a eles a esperança de um Brasil melhor, mais justo e mais sério. Que Deus o ilumine em sua caminhada pelos tortuosos corredores do poder e que faça justiça a todos que pagam seus impostos e desejam um Brasil melhor. V. Exa. dá a sua parcela de colaboração, e exemplo, pela posição que ocupa, para tornar o país melhor e mais honesto. Que Deus o abençoe e permita que o Sr. possa continuar em atividade por longos anos para o bem do nosso país e de nossa juventude esperançosa.

Publicado no Jornal Gazeta do Triângulo
Coluna Ponto de Vista
Data: 16/10/2012

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Professores não envelhecem?


Vocês já observaram que coisa engraçada? Professores não envelhecem. Ou melhor, eles não se conscientizam de que muito tempo já se passou, pois a passagem do tempo é uma das certezas que temos na vida. O professor passa dia após dia sempre com gente da mesma idade, a maioria deles jovens, com os hormônios em proporções corretas, e com muita vitalidade.

É comum, após alguns anos o professor se encontrar com os ex-alunos e ouvir o refrão: - Professor, o Sr. continua o mesmo, não envelhece? Talvez o segredo esteja mesmo na convivência diária com pessoas mais jovens que transpiram pelos poros o desejo de sucesso e de realização profissional. Estes bons fluídos fazem bem ao professor que absorve este entusiasmo e desejo de sucesso.

Existem algumas razões para o não envelhecimento intelectual do professor, pois ele precisa acompanhar a evolução do mundo. E observem bem como a evolução é rápida, ainda maior quando relacionada com as novas tecnologias. A leitura constante, a energia positiva que se absorve dos ambientes escolares é algo extremamente benéfico para a vitalidade de um velho professor que às vezes estica o contato com eles para sentir os bons fluídos que deles se desprende.

A convivência frequente com os estudantes costuma levar o professor ou a professora a ter à sua volta a cobiçada fonte da juventude, de onde extrai o néctar precioso da atualidade. Convive o professor com gente antenada no que há de mais novo, a necessidade de ler muito e de se manter sempre atualizado(a) contribui para isso. A ligeireza no pensamento, a leitura abundante e a retórica fácil são as verdadeiras fontes da juventude para o cérebro e para o corpo que muitas vezes já alquebrado não se desloca com a mesma agilidade.

Mas os jovens estão ali, e são eternos, bem como a fonte da juventude de onde o professor pode beber um pouquinho todos os dias, mantendo sua energia e ligado no que há de mais moderno para passar os seus ensinamentos e a experiência adquirida ao longo dos anos. Anos estes que teimam em ir se superpondo transformando a vida em uma sucessão de capítulos de uma história com sucessos e insucessos como em tantas outras profissões.

A convivência do dia a dia com os jovens, a necessidade constante de aperfeiçoamento profissional faz com que os professores tenham uma grande vantagem sobre os profissionais de outras áreas, que às vezes não tem tanto contato com a fonte da juventude.

É claro que ninguém consegue ignorar a passagem do tempo, os dias meses e anos se superpõe para todos, para uns com maior intensidade, para outros a intensidade é menor porque simplesmente não dão importância ao tempo, mas à qualidade com que este é gasto, e com a energia absorvida no dia a dia. A forma como se encara a vida também é muito importante, pois devemos tocá-la um dia após o outro sem estéreis preocupações com o que virá no futuro, pois o ser humano possui capacidade e inteligência para circunavegar problemas que são parte de nosso cotidiano.

É claro que planejar é importante, e uma boa estratégia para a vida nos ajuda da viver melhor. Todos nós envelhecemos, é verdade, a pele já não tem o mesmo viço, e surgem as rugas, as manchas na pele, aumentam as boas lembranças e já não se descrevem situações, mas conta-se histórias de tempos passados que não voltam mais. Surge a preocupação de que os atos finais desta peça teatral em que vivemos sejam cumpridos com dignidade.

Publicado em 11/10/2012 
Coluna Ponto de Vista
Jornal Correio de Uberlândia