No último dia 19/10/2013 comemoramos o centésimo
aniversário do grande poeta Marcus Vinicius da Cruz e Mello Moraes, um grande
nome para uma pessoa de talento proporcional e que tratava a tudo e a todos no
diminutivo de forma carinhosa. Vinicius
de Moraes, este homem carinhoso e apaixonado pelas mulheres foi um dos maiores
poetas e letristas de música que o Brasil já conheceu. Quem não conhece as
músicas “Garota de Ipanema”, “Eu sei que vou te amar” ou “Chega de saudade”?
Foi tão apaixonado pelas mulheres que se casou nove vezes.
Existe muita coisa escrita sobre ele, mas é sempre
lembrado como “o poetinha”, pelo diminutivo que ele usava para os amigos em
sinal de intimidade, este diminutivo não faz jus ao grande poeta que foi e ao
legado que deixou. Por este legado ele é
sem dúvida alguma um dos grandes nomes da língua portuguesa contemporânea. Ele
nasceu no Bairro do Jardim Botânico no Rio de Janeiro a três quadras da Lagoa
Rodrigo de Freitas. Vinicius era Botafoguense, e esta paixão deveu-se também ao
fato de ter se mudado ainda criança para o Bairro de Botafogo, onde morou em
vários endereços.
Teve parceiros como Toquinho, Carlos Lyra, Baden
Powell de Aquino, João Gilberto. Edú Lobo e Chico Buarque. A todos tratava com
a maior deferência e com a mesma simplicidade que dedicava a todos os seus
conhecidos. Desde os parceiros famosos até os inúmeros amigos e vizinhos de
quarteirão que possuía em torno de sua residência na Gávea, o último lugar em
que morou no Rio de Janeiro.
Vinicius foi um homem inteligente e extraordinário,
pois conviveu com a descontração das amizades no Rio de Janeiro, até a amizade
descontraída com presidentes como Juscelino Kubitscheck que a música lhe
proporcionou. Existe registro dele sendo requisitado pelo presidente, no final
da década de 50, a ir com seus amigos animar saraus no Catetinho em finais de
semana, na época da construção de Brasília.
Foi um crítico do regime militar, que o exonerou da
diplomacia após severas críticas ao regime político, emitidas desde um encontro
cultural em Portugal. Onde recitou em protesto ao golpe militar o poema “Pátria
minha”. Teve seus poemas lidos em reuniões sindicais onde o então líder
sindicalista Luís Inácio da Silva, o Lula, leu seu poema “O Operário em
Construção” em uma assembleia no grande ABC.
Foi um homem à frente do seu tempo, pois participou ativamente da vida
do país publicando inúmeros livros e criando a letra de inúmeras canções
inesquecíveis que compõem o cenário musical brasileiro.
Como se pode observar, a alcunha de “Poetinha” não se
encaixa bem neste homem que como intelectual foi um dos poetas maiores da
língua portuguesa contemporânea, que publicou livros, fez letras de dezenas de
músicas que fizeram parte de trilhas sonoras para a televisão, teatro e cinema.
Suas músicas ficaram em cartaz em casas de show no Rio de Janeiro e São Paulo
por meses a fio, e passearam pelo repertório de uma dezena de cantores e cantoras
famosas. Sem mencionar que estes shows foram apresentados em casas de
espetáculo no Brasil e no exterior.
Este é o poeta que contribuiu para que a música
brasileira fosse conhecida e reconhecida ao redor do mundo. Fez letras de
músicas que dão feições á cultura brasileira, desde a música, passando pelo
teatro e até o cinema no Brasil da sua época. Faço este texto em homenagem ao
homem que soube retratar em suas poesias a verdadeira alma brasileira. Nos cem
anos de seu nascimento, temos certeza de que será eterno.
Publicado na Coluna Ponto de Vista
Jornal Correio de Uberlândia
Data: 28/10/2013
Publicado na Coluna Ponto de Vista
Jornal Correio de Uberlândia
Data: 28/10/2013