A pior
praga que pode assolar uma comunidade é o descrédito epidêmico. A
situação que vivemos em nosso país configura-se em uma crise de
fundo moral, as instituições oficiais estão desacreditadas,
começando pela política, pelo judiciário, e a pior das crises é a
instabilidade econômica; que se estabeleceu com o grande o
espetacular aumento no descrédito nas instituições.
Como
acreditar em arriscar numa época em que bilhões vazam pelo ralo sem
serem aproveitados pela população em geral. Como explicar que toda
essa dinheirama do erário caia em mãos desonestas sem chegar onde
deveriam? Nos hospitais, na segurança pública, nas escolas falta o
básico para que população tenha confiança nas instituições. Sem
confiança ninguém arrisca e os empregos desaparecem.
O
governo anda sempre atrasado da realidade e quando toma alguma medida
é para chancelar e tornar legal algo que já está acontecendo na
prática. Somos morosos e lentos para atender o cidadão que procura
pelo estado. Sem falar na pouca eficiência em fazer o dinheiro
chegar onde deveria. Pode ser citado como exemplo a dificuldade de um
pesquisador em centros de desenvolvimento tecnológico conseguir
certa quantia em dinheiro e a facilidade com que a política destina
montanhas de recursos a objetivos incertos e até escusos sem a
devida fiscalização de como foi utilizado.
O
dinheiro mal aproveitado reflete na deficiência de atendimento aos
pedidos básicos da sociedade, direitos básicos do cidadão são
relegados ao segundo plano quando o nosso imposto é tratado com
total falta de prioridade e sem nenhum cronograma. O nosso estado é
exigente com o contribuinte e muito relapso consigo mesmo ao lidar
com o dinheiro de todos nós.
Dizia
um velho professor que o melhor pregador é o Frade Exemplo. Como
queremos melhorar a sociedade no futuro com o péssimo exemplo que
estamos dando aos nossos jovens? O péssimo exemplo do jeitinho e da
propina para corromper e comprar o que não tem preço, pois a lei e
as regras de convivência são para todos.
No
noticiário nacional assusta a frequência com que são veiculados os
casos de malversação do dinheiro público nas diversas esferas de
governo. Não há preferência, são desviados até recursos para a
merenda escolar de nossas crianças. Se fazem isso, o que dizer do
enorme montante de dinheiro de empresas estatais de alta tecnologia à
disposição? Em todas elas movimenta-se bilhões, o que dizer dos
furos milionários encontrados em algumas? Em todas a prática é a
mesma? Vamos parar por aqui ou todas serão objeto de investigação?
Toda
essa incerteza quanto à seriedade das instituições públicas faz
crescer o descrédito e a diminuição da disposição ao risco que é
parte importantíssima de qualquer empreendimento. Encolhem as
empresas e como consequência a arrecadação do governo, fazendo com
que os investimentos estatais diminuam em proporção igual ou maior
devido à queda da arrecadação. Estamos dando em um ano, vários
passos para trás, voltando à taxas de inflação de uma década
atrás com retração no tamanho da economia. Péssimo para o cidadão
comum que precisa do governo e do sistema de assistência do estado.
Temos ainda a sensação, como contribuintes, que estamos todos
fazendo papel de palhaço.
Até
onde irá a vontade de encontrar corruptos que pilham o erário sem
dó nem piedade? Iremos até as últimas consequências ou isso não
vai dar em nada como sempre?
José
Roberto Camacho
UFU –
Faculdade de Engenharia Elétrica
e-mail:
jrcamacho@ufu.br
Publicado na Coluna Ponto de Vista
Jornal Correio de Uberlândia
Data: 23/08/2015
http://tinyurl.com/phd8sk2
Publicado na Coluna Ponto de Vista
Jornal Correio de Uberlândia
Data: 23/08/2015
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