Neste final de 2017, início de 2018 acompanhamos um governo
e uma mídia no Brasil, em que ninguém mais acredita, na tentativa quase
psicótica de convencer a população que é necessário mais uma reforma
previdenciária. Reformas como essa já foram feitas às dúzias em nosso país, e a
proposta é sempre a mesma, retirar direito de muitos trabalhadores que
dedicaram quase uma vida inteira contribuindo para uma previdência social
confusa e mal administrada.
Com um presidente que se recusa a contar a idade com que se
aposentou, além de aguardar o término do seu mandato para esclarecer à justiça
os seus relacionamentos impróprios com empresários, empresas, partidos
políticos e bancos estatais, este presidente se julga no direito de comandar
uma reforma previdenciária para o bem do país e de todos os seus trabalhadores.
Dá para acreditar? Sr. Presidente, o senhor quer fechar a conta do ano ou
melhorar o nosso velho e arcaico sistema de aposentadoria?
Uma reforma com fórmula antiga, onde várias perguntas não
são respondidas, tais como: - Quem são os grandes devedores da previdência no
Brasil? - Por que não se divulga quem são eles e quanto devem? – Os
trabalhadores que pagaram em seus contracheques, mês a mês, a contribuição
previdenciária, merecem ter as regras do jogo mudadas no meio da peleja?
Que tal mudarmos as regras do jogo para quem está iniciando
com sistemas inteligentes e fórmulas claras de arrecadação e de rendimento
desse investimento ao longo de toda uma vida. A ausência de regras claras e
simples faz com todos tenham prejuízo, os trabalhadores e a nação. Pois toda
vez que o governo anuncia uma nova e nebulosa reforma é enorme a quantidade de
pessoas que são estimuladas a se aposentar e que poderiam continuar
trabalhando.
Portanto, toda vez que se anuncia nova reforma
previdenciária é incalculável o número de pessoas capazes que buscam a
aposentadoria. Com isso além de pagar mais uma aposentadoria, mais uma pessoa
deverá ser contratada para o lugar daquela, e o prejuízo do sistema aumenta até
valores que é impossível calcular. O sistema penalizador em que vivemos no
Brasil, é pouco inteligente, e deveria estimular e premiar as pessoas que
permanecem no trabalho por mais tempo.
Mas não, o que se vê, é um governo incapaz de despertar a
mais leve confiança do cidadão, e que se arvora a anunciar que está fazendo o
melhor para o país. Este melhor para o país, é para que ele feche a conta com
superavit no final do ano fiscal? Ou será que ele deveria fazer o que é melhor
para os seus cidadãos? Estamos cansados de ver nossos pais aposentados perderem
a dignidade no fim de suas vidas devido a irrisória remuneração de
aposentadoria em que se transforma a sua contribuição de uma vida inteira. Como
acreditar em um executivo, legislativo e judiciário que advogam em causa própria,
para se livrarem dos pecados cometidos no passado?
Para executar tais tarefas é preciso um executivo, um
legislativo e um judiciário acima de qualquer suspeita, nada disso temos no
momento. Está explicado porque a população brasileira está tão apática, a
tarefa é maior que os sete trabalhos de Hércules. E é por isso que não se tem
no país a mínima confiança de que algo irá melhorar por aqui a longo prazo sem
muito trabalho e economia. O Brasil descobriu a duras penas que a pior coisa
que se pode perder em um país é a confiança nas instituções.