quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Professor... O que é groundswell?


O groundswell é o movimento natural na Internet de pessoas com acesso à tecnologia que a utilizam para se manter atualizadas, assumir o controle de suas experiências e conseguir o que necessitam: ideias, produtos, informação, auxílio e poder de negociação com a sociedade. Este movimento está em constante crescimento, bem disseminado ele abrange todas as formas de comunicação disponíveis. Demonstram independência e poder, pois tem a capacidade de estabelecer relações comerciais independentemente das grandes corporações, consumidores estabelecem relações de troca entre si.

Resumidamente o groundswell é uma tendência social em que pessoas passam a usar tecnologias para obter o que desejam umas das outras sem recorrer às grandes corporações. Este fenômeno não é algo passageiro, todas as tecnologias envolvidas neste movimento evoluem muito rapidamente, porém este fenômeno está fundamentado no impulso das pessoas estarem em contato umas com as outras. Um movimento deste tipo modifica permanentemente  a maneira como o mundo funciona.

Esta é uma tendência que veio para ficar, mas a superficialidade que ela revela é algo assustador e que intimida a todos nós. A superficialidade da internet não combina com a necessidade de conhecimento sólido que todos os profissionais necessitam. A necessidade de uma formação sólida requisitada por qualquer tipo de especialização profissional é um desafio para as escolas em todos os níveis, não só no Brasil, mas no mundo todo. As universidades deveriam receber no terceiro grau candidatos a profissionais supostamente com uma sólida formação do primeiro e segundo graus.

Infelizmente não é isso que acontece e os problemas graves no ensino de primeiro e segundo graus e as consequentes deficiências de um aprendizado superficial via internet, fazem com que o terceiro grau receba candidatos a profissionais com severas distorções em sua formação, menciona-se aí a superficialidade do aprendizado. Nosso estudante detesta ler, e como regra raramente se entusiasma pelo desconhecido. A não ser que o desconhecido seja algo parecido com um jogo em ambiente de realidade virtual.

O resultado disso tudo é realmente desastroso, uma parte dos professores acha que é responsabilidade da universidade aparar arestas do preparo deficiente do primeiro e do segundo graus. Para outros é impossível para a universidade que já tem um currículo extremamente apertado em seu currículo mínimo, aparar arestas provenientes de uma formação anterior deficiente. O despreparo ao final do curso é algo que já está aparente nos profissionais que as universidades despejam no mercado todos os anos.

Como resolver este problema de colocação de profissionais despreparados no mercado de trabalho? O país necessita com urgência de profissionais experientes em regiões carentes, as empresas de alta tecnologia buscam desesperadamente por profissionais experientes em seus canteiros de obras. Mas onde estão eles? E um o vicio da formação superficial se estabelece? É preciso criar o ciclo virtuoso da noção de que bons resultados se conseguem com muito trabalho e muita dedicação. Milagres não existem, é impossível simplesmente conectar um chip ao cérebro de alguém e passar-lhe todo o conhecimento em determinada área.

Como isso não é possível fica para nós a desconfiança, quando consultamos um profissional, se o diagnóstico que nos é dado parece incompatível com a realidade que se apresenta. Sempre fica a desconfiança da qualidade do ensino superior que ensinou aquele cidadão que fornece o diagnóstico, e sempre fica a pergunta: - Seria ele um dos cinco mais interessados ou um dos cinco mais desinteressados estudantes de sua turma?

Texto publicado na coluna Ponto de Vista
Jornal Correio de Uberlândia 
em 16/01/2013

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