O groundswell é o movimento natural na Internet
de pessoas com acesso à tecnologia que a utilizam para se manter atualizadas,
assumir o controle de suas experiências e conseguir o que necessitam: ideias,
produtos, informação, auxílio e poder de negociação com a sociedade. Este
movimento está em constante crescimento, bem disseminado ele abrange todas as
formas de comunicação disponíveis. Demonstram independência e poder, pois tem a
capacidade de estabelecer relações comerciais independentemente das grandes
corporações, consumidores estabelecem relações de troca entre si.
Resumidamente o groundswell é uma tendência social em
que pessoas passam a usar tecnologias para obter o que desejam umas das outras
sem recorrer às grandes corporações. Este fenômeno não é algo passageiro, todas
as tecnologias envolvidas neste movimento evoluem muito rapidamente, porém este
fenômeno está fundamentado no impulso das pessoas estarem em contato umas com
as outras. Um movimento deste tipo modifica permanentemente a maneira como o mundo funciona.
Esta é uma tendência
que veio para ficar, mas a superficialidade que ela revela é algo assustador e
que intimida a todos nós. A superficialidade da internet não combina com a
necessidade de conhecimento sólido que todos os profissionais necessitam. A
necessidade de uma formação sólida requisitada por qualquer tipo de
especialização profissional é um desafio para as escolas em todos os níveis,
não só no Brasil, mas no mundo todo. As universidades deveriam receber no
terceiro grau candidatos a profissionais supostamente com uma sólida formação
do primeiro e segundo graus.
Infelizmente não é isso
que acontece e os problemas graves no ensino de primeiro e segundo graus e as
consequentes deficiências de um aprendizado superficial via internet, fazem com
que o terceiro grau receba candidatos a profissionais com severas distorções em
sua formação, menciona-se aí a superficialidade do aprendizado. Nosso estudante
detesta ler, e como regra raramente se entusiasma pelo desconhecido. A não ser
que o desconhecido seja algo parecido com um jogo em ambiente de realidade
virtual.
O resultado disso
tudo é realmente desastroso, uma parte dos professores acha que é
responsabilidade da universidade aparar arestas do preparo deficiente do
primeiro e do segundo graus. Para outros é impossível para a universidade que
já tem um currículo extremamente apertado em seu currículo mínimo, aparar
arestas provenientes de uma formação anterior deficiente. O despreparo ao final
do curso é algo que já está aparente nos profissionais que as universidades
despejam no mercado todos os anos.
Como resolver este
problema de colocação de profissionais despreparados no mercado de trabalho? O
país necessita com urgência de profissionais experientes em regiões carentes,
as empresas de alta tecnologia buscam desesperadamente por profissionais experientes
em seus canteiros de obras. Mas onde estão eles? E um o vicio da formação
superficial se estabelece? É preciso criar o ciclo virtuoso da noção de que
bons resultados se conseguem com muito trabalho e muita dedicação. Milagres não
existem, é impossível simplesmente conectar um chip ao cérebro de alguém e passar-lhe todo o conhecimento em
determinada área.
Como isso não é possível
fica para nós a desconfiança, quando consultamos um profissional, se o
diagnóstico que nos é dado parece incompatível com a realidade que se apresenta.
Sempre fica a desconfiança da qualidade do ensino superior que ensinou aquele
cidadão que fornece o diagnóstico, e sempre fica a pergunta: - Seria ele um dos
cinco mais interessados ou um dos cinco mais desinteressados estudantes de sua
turma?
Texto publicado na coluna Ponto de Vista
Jornal Correio de Uberlândia
em 16/01/2013
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