Nestes nossos dias
vivemos um exacerbado culto ao personalismo, uma época em que o culto pessoal é
muito mais importante que a tradição das instituições. Em realidade vos digo
que é exatamente o contrário, as instituições são muito mais importantes que os
homens em sua função de servir. Os homens passam, as instituições ficam.
Estamos desesperadamente à procura de homens que sejam institucionais e que
tenham consciência de que estão aqui a serviço do seu semelhante.
Precisamos de homens
que sejam institucionais que tenham certeza que o seu sucesso seja a serviço da
comunidade em que vive; homens que não cultuem o personalismo e não visem
somente o seu bem estar e o de seus familiares, mas o bem estar do outro desconhecido
que vive na mesma comunidade. Que o problema da comunidade e da instituição que
dirige seja realmente um problema a ser resolvido, e não varrido para debaixo
do tapete se não for conveniente para si próprio e para os seus.
Todos nós
indistintamente dependemos de instituições, quer seja ela uma instituição
federal, estadual ou municipal. Dependemos da escola onde estudamos, dos
serviços públicos, dos órgãos classistas dos trabalhadores e dos organismos
governamentais que devem obedecer a um cipoal de regras e leis que nem sempre
são cumpridas. Nestas instituições o culto à personalidade é muitas vezes tão
exacerbado que o ocupante da direção se julga dono do que é público e pratica
atos à revelia do que é melhor para todos.
Em geral os
personalistas tem a presunção de achar que o que fazem é o melhor para toda a
comunidade, cultuando um personalismo que nos remete aos piores regimes
ditatoriais. Estamos em busca de homens institucionais, que tenham consciência
que dirigir um organismo é escutar e fazer, sem muita conversa e mais delongas,
pois o tempo urge. Converso sempre com um velho amigo que já ocupou cargos de
direção em órgãos federais. Um dia ele me disse: _ Muitos homens imaginam que
o sucesso dentro de uma comunidade depende de impedir que os outros também
tenham sucesso.
Mas a verdade maior é
construir algo em que o sucesso possa ser dividido por toda a comunidade, além
do compartilhamento de toda a responsabilidade. Pois o sucesso do grupo também
será o sucesso de seu dirigente. O bem estar do dirigente será o bem estar da
comunidade, não é correto pensar que só se dá valor a algo se somente uma
pessoa ou família está bem, é preciso que ações comunitárias sejam direcionadas
para que a maioria usufrua de seus benefícios.
É certo que as pessoas
são muito importantes quando fazem parte de comunidades e que as instituições
estão aqui para servi-las. Mas uma pessoa não pode dirigir uma instituição
somente pensando em si e nos seus. Os recursos hoje são muito limitados e não
canalização ou a sonegação de recursos para um determinado fim fazem com esta
atividade fim se deteriore e acabe cobrando um preço alto daquele dirigente.
Precisamos, portanto de gente que pense que as instituições estão acima do
enriquecimento pessoal e familiar a custa de tantos membros da comunidade.
Que saibamos buscar
na escolha de nossos representantes de todos os níveis, aquele homem ou aquela
mulher que se preocupe mais com o bem comum do que com o bem próprio ou de seus
familiares. Outro dia um amigo me disse que só escolheria representante para
qualquer cargo se não vislumbrasse neste o culto ao personalismo que tantos
malefícios têm causado às instituições que congregam nossa coletividade. Que venham
então os homens e as mulheres institucionais.
Publicado no Jornal Correio de Uberlândia
Coluna Ponto de Vista
Data: 04/08/2013
Publicado no Jornal Correio de Uberlândia
Coluna Ponto de Vista
Data: 04/08/2013
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