Esta semana me filiei a um grupo
mundial de estudos o “IEEE Clean Transportation” são pessoas
que dividem comigo a mesma
esperança, que enfim as grandes cidades do mundo optem por um transporte de
massa limpo e sustentável. Em resumo, o transporte eletrificado sem emissão de
poluentes. Tanto o transporte pesado para ampliar e diversificar as opções da
malha de transportes, como para o transporte de passageiros para aliviar a
poluição e sobrecarga do sistema que ainda na maioria das cidades utiliza
ruidosos ônibus e caminhões movidos a óleo diesel.
Vamos
fazer umas contas, a cidade de Cuiabá, está implantando um sistema de VLT
(veiculo leve sobre trilhos) com 22 kms de extensão a um custo de 1,4 bilhão de
reais. O sistema terá 32 estações em duas linhas que se cruzam. Isso significa
um custo aproximado de 64 milhões por km. Serão 40 composições de 44 metros
cada, o equivalente a aproximadamente dois ônibus por viajem, com um intervalo
de 3 minutos cada. O sistema será capaz de transportar até oito mil passageiros
e cada estação ao ser integrada ao transporte por ônibus e carros de passeio na
cidade deverá facilitar o deslocamento de pessoas entre os extremos da capital
mato-grossense.
Ao
se observar os dados de tal empreendimento observa-se o alto custo de
implantação do sistema. Mas é preciso considerar que é um sistema implantado
para sempre, e que irá retirar das ruas milhares de veículos de passeio e
ônibus. É um sistema não poluente, extremamente silencioso e que contribuirá
para a qualidade de vida do cidadão comum. Este mesmo cidadão que saiu às ruas
outro dia pedindo por retorno visível do imposto pago aos governos municipal,
estadual e federal.
É
preciso que os planejadores públicos incluam o transporte limpo e silencioso
nos planos de nossas grandes cidades para contribuirmos com a qualidade de
vida. Melhor ainda, é necessário que estudos sejam feitos com antecedência para
escolher o sistema que se adapte mais precisamente às condições de clima e
relevo de nossas cidades.
Antes
que cheguemos ao ponto de colapso do sistema de transporte público por que hoje
passam as grandes cidades em nosso país (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte) é preciso que corredores de transporte limpo sejam criados ao longo
de nossas cidades que crescem a índices espantosos. Uberlândia é o quarto
munícipio mais populoso do interior do Brasil e, portanto precisa pensar grande
em termos de deslocamento interno de seus cidadãos, ou então estaremos fadados
às mesmas mazelas que o transporte público já apresenta em outras grandes
cidades.
Não
podemos nos esquecer da estrutura já montada em termos de corredores de ônibus e
estações de embarque e desembarque já existentes em Uberlândia, e que já pode
ser utilizada como infraestrutura existente para o barateamento de implantação
deste novo sistema. O que fará com que o custo de implantação diminua
sensivelmente. Sem dúvida o custo de implantação é alto, mas precisamos pensar
em parcerias entre munícipio, estado e governo federal para viabilizar uma obra
desta dimensão.
Os
nossos representantes nessas instâncias precisam uniformizar o discurso e
reivindicar um sistema de transporte modelo para nossa cidade. É preciso também
utilizar o estoque de conhecimento existente em nossa região para que se faça
um projeto bem elaborado que seja mais uma referencia em transporte limpo em
todo o país.
Publicado na Coluna Ponto de Vista
Jornal Correio de Uberlândia
Data: 30/12/2013
Publicado na Coluna Ponto de Vista
Jornal Correio de Uberlândia
Data: 30/12/2013
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