quinta-feira, 7 de março de 2013

Todos para a escola.

Pais e professores todos nós os tivemos. Os programas sociais do governo consomem cerca de metade do orçamento federal. O interessante disso tudo é que gastos com ministérios como o da Educação e da Saúde deveriam ser incluídos nas contas como gastos sociais, pois possibilitam aos filhos das classes menos favorecidas galgarem patamares salariais jamais imaginados por seus pais de classe média baixa. A mídia nacional em geral classifica como gastos sociais aqueles que possibilitam um imediato socorro às famílias de baixa renda, se esquecendo de que este é também um trabalho de longo prazo que interessa à nação.

Gastos com os ministérios da Educação e Saúde são sempre incluídos como despesas e não como investimentos sociais de longo prazo. Esse é um grande erro, pois população mais saudável e mais bem educada fornece, em longo prazo, cidadãos mais sadios para o trabalho e esclarecidos politicamente. Mas será que os nossos dirigentes querem mesmo isso? As manobras e o marketing que se fazem e não se pratica com a educação e a saúde em nosso país é algo de dar inveja ao mais maquiavélico dos seres.

Professores e médicos da educação e saúde públicas trabalham cada vez mais e em contrapartida veem seus salários dilapidados ano a ano por reajustes que não acompanham uma inflação corrosiva. A falta de entusiasmo pela profissão adicionado ao descaso com o bem público faz com que tais práticas desvalorizem em muito tais profissões. Uma medida política interessante seria valorizar esses profissionais concedendo-lhes a renúncia fiscal e aumentando seus salários pela isenção do imposto de renda. O relator é o deputado Eduardo Cunha do PMDB-RJ, que em seu parecer diz: “Com relação ao mérito, a proposta é legítima, não sendo necessário reparos. Ante o exposto, voto pela adequação financeira e orçamentária do PL nº 2.607, de 2011, no mérito pela aprovação do PL nº 2.607, de 2011”. Este parecer foi apresentado em 3 de Abril de 2012 à Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal e até o momento de lá ainda não saiu.

Que tal se os sindicatos procurassem acompanhar tal PL e fazer dele mais um meio de valorizar a profissão de professor pela busca de meios alternativos de aumento salarial? Qualquer busca é válida, até mesmo uma sinalização do governo federal de que está disposto a cortar na carne da tributação para valorizar tais profissões. Um governo que já fez isso para IPI de automóveis pode muito bem fazê-lo para professores.

Por que o pleito é justo? Este pleito é justo porque professores precisam de recursos materiais mínimos para acompanhar a evolução do mundo e passá-la aos seus estudantes, precisam ter acesso à informação como nenhum outro profissional, precisam deles para se manter atualizados, esta demanda por recursos financeiros resulta na manutenção de um professor sempre atualizado e bem preparado. É preciso incluir a educação como gasto social em nosso orçamento, despesas essas que se reverterão em médio e longo prazo em receita maior devido a rendas maiores com níveis de instrução médios mais elevados.

Se todo pai considerar a educação de seus filhos como despesa e não um investimento para o futuro, o país sucumbirá ao senso prático do monetarismo imediatista. É preciso que o governo sempre sinalize que a educação e cultura são caminhos irreversíveis para o sucesso de médio e longo prazo.

Publicado no Jornal Correio de Uberlândia
Coluna Ponto de Vista
Data: 05/03/2013

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